Palestra apresentada por Juliana Rosseti em 15/4/13 na Casa do Sol Centro Espírita
Do livro Renovando Atitudes
de Hammed – pág
61
No Evangelho Segundo Espiritismo Cap V, item 8:
“Rendamos graças a Deus que, na sua bondade, concede ao
homem a faculdade da reparação e não o condena irrevogavelmente pela primeira
falta”.
Deus, o criador da vida é infinita bondade, compreensão e
misericórdia e sempre vê a tudo e a todos com “olhos de amor”, nunca punindo
suas criaturas.
Na realidade são os homens que se auto penalizam (quando a
consciência pesa) e então ficam agarrados aos erros do passado estando no
presente e sem se moverem,
se renovarem nas oportunidades
do livre-arbítrio.
A culpa é um mecanismo de controle utilizado nas relações
humanas e Hammed cita alguns exemplos:
- religiões utilizam-se freqüentemente da culpa para
explorar a submissão de seus fiéis.
Usam, em nome de Deus, leis com mecanismos de punição e
repressão, e em algumas épocas até a venda do perdão foi feita.
- outro exemplo é a relação dos pais com os filhos através
de exclamações: “Você ainda me mata do coração!”, no caso de alguma rebeldia do
filho (ao invés de conversar / esclarecer a situação de conflito, o controle
chega antes através de exclamações que geram culpa, mágoa, remorso e raivas).
- há também os filhos dizendo aos pais “Os pais das minhas
amigas deixam elas fazerem isso...”, outro meio de culpa / chantagem.
“Culpar não é um método educativo, nem gerador de
crescimento, é apenas um meio de induzir as pessoas a não se
responsabilizarem por seus atos e atitudes”.
Busquei no livro “Refletindo a Alma” de Joanna de Angelis /
Divaldo, no cap 9 – Emoções e Sentimentos: uma compreensão psicológica
espírita, mais uma idéia sobre a Culpa:
“A culpa pode ser entendida como produto do ego que se
pune.”
É profundamente analisada por Joanna de Angelis em diversas
obras devido à atualidade do tema e do grande potencial destrutivo que
oferece quando não trabalhada.
Para a mentora a culpa é resultado da raiva que alguém
sente contra si mesmo, voltada para dentro, em forma de sensação de algo que foi feito erradamente”.
Sensação: acho
importante pensar sobre essa palavra no contexto do assunto Culpa através de algumas
perguntas como:
- de onde vem essa sensação de
estar culpado?
- por que eu sinto que houve
um erro?
- tive informações externas
sobre os atos que geram culpa hoje?
- qual a minha idade no
momento em que aconteceu o ato que gera a sensação de culpa até agora?
- a culpa que sinto por um ato
do momento presente é só desse momento ou aumentada por uma recordação dessa
mesma sensação?
Voltando a Joanna de Angelis: “Por isso, fatalmente está o ego
adoecido, que impossibilitado de refletir com naturalidade sobre a
possibilidade de errar, de discernir, cobra-se,
gerando alto nível de sofrimento, em vez de avaliar a qualidade das ações e
permitir as reparações quando equivocadas.”
Outras obras em que a mentora trata sobre a Culpa:
- Momentos de Consciência – cap 6
- O Despertar do Espírito – cap 8
- Vitória sobre a Depressão – cap 16
Para mim, entre as
idéias sobre a culpa, acho interessante pensar na culpa para exercer o
controle, a tirania, exteriorizando assim a raiva contra si mesmo (que parece
ser contra o outro, mas isso é só uma máscara social).
Porque culpar algo ou
alguém é um mecanismo comum e acontece no “piloto automático”, já não culpar é
algo que precisa de um mínimo de análise dos fatos.
Então, voltando a Hammed:
Culpar os outros faz parte de representar o papel de
injustiçados e perseguidos.
Culpando as pessoas coloca-se os “seus erros” nos ombros dos
outros, da sociedade, do governo, da religião, dos obsessores e etc.
Mas, somente cada um de nós pode decidir se reconhece ou não
as suas próprias falhas e dessa forma começar a se libertar da prisão mental
a que nós mesmos nos confinamos”.
“Dar importância às culpas é focalizar fatos passados com
certa regularidade, sempre nos lembrando de algo que sentimos ou não, que
falamos ou não, que permitimos ou não”.
“Isso nos leva a perder o momento presente, que passa muito
rápido, e poderia ser utilizado para o desenvolvimento intelecto-moral”.
“Todos nós fomos criados com possibilidades de acerto e erro
conforme o grau de evolução”.
“Para melhorar é preciso treinar, então se erra e se acerta
e aí se aprende”.
Hammed destaca que:
“A culpa se estrutura nos alicerces do perfeccionismo”.
No entanto temos que ter sempre a consciência que somos tão
bons quanto permite o nosso grau de evolução.
“A todo momento fazemos o melhor que podemos fazer, por
estarmos agindo e reagindo de acordo com o nosso “senso de realidade”.
“O SENSO DE REALIDADE DO MOMENTO PRESENTE.”
Hammed diferencia:
Arrependimento:
Resulta do quanto sabíamos fazer
melhor e não fizemos.
Culpa:
É a exigência de que deveríamos ter feito algo,
porém não o fizemos por ignorância ou por impotência.
“Deus sempre concede ao homem a faculdade da reparação e não
o condena para sempre”
“O BEM QUE SE FAZ APAGA O MAL QUE SE FEZ”. (AL)
“A culpa é sempre proporcional ao grau de lucidez que se
possui, isto é, a ignorância nos protege”.
Assim, o importante é:
- Não guardar culpa
- Optar pelo melhor,
que é utilizar o tempo para a modificação de conduta
- Reconhecer o erro,
se desculpar ou reparar se possível e seguir adiante, sem olhar para trás.
Tocando em Frente – Almir Sater
Ando devagar porque já tive pressa
e levo esse sorriso, porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei,
eu nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs,
o sabor das massas e das maçãs,
é preciso amor pra poder pulsar,
é preciso paz pra poder seguir,
é preciso a chuva para florir.
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
compreender a marcha,e ir tocando em frente
como um velho boiadeiro levando a boiada,
eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou,
estrada eu sou
Todo mundo ama um dia todo mundo chora,
Um dia a gente chega, no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história,
e cada ser em si, carrega o dom de ser capaz,
de ser feliz
Ando devagar porque já tive pressa
e levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
e cada ser em si, carrega o dom de ser capaz, de ser feliz.