terça-feira, 11 de outubro de 2011

Palestra: Irresponsabilidade


Palestra apresentada por Eloísa Lobo na Casa do Sol em 19 de setembro de 2011

Ao contrário das outras vezes que eu já estive aqui na frente conversando com vocês, hoje eu me sinto mais à vontade pra falar sobre o assunto... que é irresponsabilidade. Não por ser um tema fácil, mas porque eu procurei manter os olhos e os ouvidos bem abertos e as palavras e os textos foram aparecendo das mais variadas formas nas minhas mãos.

Falo de Irresponsabilidade, do livro que foi escolhido pelos mentores da Casa do Sol, como base para as nossas palestras e também muito modestamente, sobre o que eu tenho aprendido desde que participo das atividades aqui.

Nós fazemos nossos caminhos e depois os denominamos de “fatalidade”. Está escrito no livro “As Dores da Alma” pelo espírito Hammed.

Diz um pequeno texto retirado do livro de Dimas Silveira: PONTE PARA A REDENÇÃO: Todos recebem, equitativamente, os mesmos atributos da Providência Divina, segundo o seu merecimento. Há os que labutam e trabalham. E os que esperam que o maná caia do céu.

Se fosse para reclamar e não para realizar, teríamos todas as razões do mundo para usar pretextos à livre escolha, tais como: além dos sem terra existem, para exemplificar, os sem teto, sem mulher (ou marido), sem emprego, sem saúde, sem cachorro, sem dinheiro, sem educação, sem comida, sem família, sem vergonha e mais uma infinidade de carências , sendo a maior de todas a dos “sem amor”, encontrando-se nessa situação, os que não o têm, e para merecê-lo, a primeira condição é o aprendizado da doação.

A começar do “AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO”.

A sabedoria do Criador deixou-nos escolher e conquistar, pelo mérito, através do “a cada um será dado segundo as suas obras”, para sermos vencidos ou vencedores. A maior vitória do homem é a vitória sobre si mesmo.

A cada escolha que fazemos na vida, cabe uma responsabilidade proporcional...porém é mais simples responsabilizarmos o outro (quem quer que seja) pelo que nos acontece...quando não dá certo.

Porque se a gente acerta, é comum também esquecermos de agradecer devidamente aos nossos mentores que nos inspiram e a Deus que nos proporcionou a vida.

É difícil aceitar as escolhas erradas, ou que não foram tão produtivas quanto imaginávamos , nossa primeira reação muitas vezes é reclamar, mesmo sabendo que fazem parte do nosso caminho de evolução, já que aprendemos pelo amor ou pela dor. As nossas escolhas erradas também nos ajudam a crescer...

(Outro dia escutei de um garoto: não se deve ter vergonha de errar...nem de reconhecer que errou, isso é ser corajoso!)

Sejamos corajosos então, em assumir nossos erros e as responsabilidades trazidas por eles! Antes de praguejar e transferir aos outros a responsabilidade do que nos acontece, trabalhemos para alcançar a própria felicidade!

Outro ponto importante:

“Fazer as outras pessoas seguras e felizes é missão impossível de realizar, se acreditarmos que depende unicamente de nós a plenitude de sua concretização.”

É claro que podemos ajudar as pessoas a se tornarem mais felizes, mas não depende de nós a felicidade de outros, nem vice-versa.

Inverte-se as coisas ??? e acreditando nisso passamos a cobrar reciprocidade...qual a razão de ofertarmos a felicidade aos outros e, por sua vez, os outros a concederem a nós?

É necessário examinar internamente o que nos deixa infelizes e qual a melhor forma de solucionar a questão. Muitas vezes ainda não estamos prontos pra essas respostas.

Precisamos entender que cada um é responsável por seus atos, suas escolhas, suas vontades, sua vida, enfim sua felicidade. E somente o amadurecimento emocional nos traz essa condição.

Já tem um tempo que ouço falar em ‘MUSCULATURA EMOCIONAL’ e achava estranho... mas agora compreendo o significado dessa expressão que está ligada à resistência, à força que é preciso ter em diversos aspectos emocionais, como por exemplo, lidar com a frustração, lidar com a derrota, lidar com as nossas perdas ou com as consequências difíceis originadas pelas nossas escolhas equivocadas.

“SOMOS NÓS QUE FABRICAMOS AS FIBRAS QUE CONFECCIONARÃO A TEXTURA DA NOSSA EXISTÊNCIA”

FATO INCONTESTÁVEL para reflexão: o amadurecimento do ser humano inicia-se quando cessam suas acusações ao mundo.

* Observar questões 851 e 852 do Livro dos Espíritos – livro III, capítulo X, LEI DE LIBERDADE, VI – sobre a fatalidade

“destino cruel, colocação de limites, delimitação de espaços entre, direito de ser..., alguns aprendem desde a infância a colocar limites com pais amadurecidos e se mantém firmes, saudáveis dentro de si mesmos, outros não sabem como lidar com suas frustrações.

ESCOLHENDO COM RESPONSABILIDADE E SABEDORIA, poderemos transmutar, sem exceção, as amarguras em que vivemos na atualidade.

A AUTO-RESPONSABILIDADE nos proporciona a dádiva de reconhecer que qualquer mudança no itinerário de nossa “viagem cósmica” dependerá, invariavelmente de nós.

Assim sendo, os Espíritos Sábios afirmam que a mudança do nosso destino somente ocorre quando realmente assumimos a responsabilidade por nossa vida, usando de determinação e vontade. Será o produto de inumeráveis experiências e acontecimentos.

O indivíduo que não aceita a responsabilidade por seus atos, cria álibis e recorre a dissimulações, culpando os outros é denominado imaturo.

O homem adulto se caracteriza pelo fato de que ele próprio delimita seu código de conduta moral, já alcançou certo grau de independência interior e faz seus julgamentos baseado em sua autonomia.

Os amadurecidos já atingiram um bom nível de relacionamento consigo mesmos e, consequentemente, com os outros; por isso, resolvem facilmente, tanto conflitos internos como os externos, assumindo as responsabilidades que lhes competem e estão despertos para a realidade.

As criaturas começam a notar primeiramente os princípios que lhes parecem vir de fora e, depois, no decorrer de seu progresso espiritual, percebem que tudo se encontra no seu íntimo.

“NÂO É O MUNDO QUE SE TRANSFORMA; O QUE ACONTECE É QUE ELAS MUDAM DE NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA, ALTERANDO O MUNDO EM SI MESMAS.”

Daí a importância que se comece o mais breve possível uma reforma interior, livrando –nos de velhos e maus hábitos.

Despertar, entretanto, é condição inadiável para que atinjamos as verdades transcendentes, reavivando em nós a consciência dos objetivos essenciais da eternidade.

Não poderá haver maturidade vivencial sem que o indivíduo se conscientize plenamente de seu livre arbítrio e de que tudo o que sofre, goza, percebe e experimenta, nada mais é do que o reflexo de si mesmo.

Por último, a história “O MENINO E O LÁPIS ”

O menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura, perguntou:

- Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco? E por acaso é uma história sobre mim?

A avó parou a carta, sorriu e comentou com o neto:

- Estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse.

O menino olhou para o lápis intrigado e não viu nada de especial.

- Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!

- Tudo depende do modo como você olha as coisas, respondeu-lhe a avó. Há cinco qualidades nele. Se você conseguir mantê-las, será sempre umapessoa em paz com o mundo.

Primeira qualidade: Você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade.

Segunda qualidade: De vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final ele está mais afinado. Portanto saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor.

Terceira qualidade: O lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça.

Quarta qualidade: O que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você.

Finalmente, a quinta qualidade do lápis: ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer a vida irá deixar traços, e procure ser consciente e cada ação, pense e aja com responsabilidade.